quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Antes atrasado do que morto
sem que a terra jamais regue?
não é dor que não se negue
é o tempo a lhe ocultar
velha amiga, por terras longes,
quem se esconde talvez seje eu
mas longa data que não se deu
não separa e nem há de nos apagar
Contes que fazer por estradas de terra
do firmamento a um pouco de paz
e não afaste d'um velho rapaz
chance tola de se reencontrar
Pois quando o fim cobrar d'alma
Que legado ficou, sem intriga
poderei contar de uma amiga
e ela de mim poderá contar
Ae galera, o site d'O Mistério do Menino da Placa já ta no ar. Um garoto passa os dias apoiado numa placa observando os onibus passarem. Mas quem é ele, de onde vem, pois certamente você já o viu e ele ja viu você entrando no onibus. http://meninodaplaca.blogspot.com/ . Não o perca de vista.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Um pouco sobre o Leandro
Perdoar é dar uma segunda chance de coração
A diferença entre amigo e inimigo são poucas letras
Humildade é se secar junto ao fogo e não sozinho
Que para perseverar é preciso se virar
Saudade só existe numa língua, mas em vários peitos
Que sempre se pode perder, mas nem sempre se pode ganhar
Aprendi que estar molhado é um estado de espírito
O frio vem de dentro dos ossos, o calor vem do outros
Que o fim não está na morte, mas na solidão
Promessa é um dever para consigo mesmo
Sabedoria é dividir o inteiro para depois montar tudo de novo
Que a virtude é o mirante de tudo que se é
Regras são algo que fazem você pensar antes de transgredir
Aprendi que grandeza é um numero qualquer
Que todo controle começa pelo auto-controle
Esperança é a dor profunda do querer
Para a coragem não importa resultados
Que o passado é historia, o futuro é desejo
E se pode ser homem, a despeito de ser humano
Onde ver o mundo como ele é não é realismo, e sim poesia.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Eu não quero
Eu não quero
Eu não quero sugar veneno de seus lábios
Por mais doce que seja a língua afiada
Beber meu sangue na sua boca molhada
Sonhar pequeno nesse céu de sábios
Não quero mentira em meus olhos inábeis
E não vou mais rir da cruel piada
Ou perder a mente na pele rosada
Ficar sozinho em meio suas artes contábeis
Não aceitarei mais me banhar no lodo
Limpar em minha face lágrimas de crocodilo
Soprar no vento juras contra o vazio
Não vou gemer desejos em sigilo
E Engolirei cego cada silêncio frio
Nem, por tudo, sofrer mais um engodo.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Hipermídia: Piratas do Vale do Silício
O filme mostra passagens dessa história, como o esforço para conseguir um capital e começar seu negócio, a criação das primeiras linguagem de OS e de sistemas de fichamentos, a criação do sistema de interface gráfica (e o mouse) pela Xérox, a união da Microsoft e a IBM, os pcs, a Layla e o protótipo do Macintosh. Porém, a principal atenção do filme é no fator humano, discutindo os princípios morais de roubo de tecnologia, abuso de poder e traição.
O clímax do filme se da no seu próprio fim, quando a Microsoft rouba o protótipo do sistema operacional do Macintosh e cria o Windows, programa quem vem a tornar Gates o homem mais rico do planeta. Ao mesmo tempo, Jobs acaba sendo demitido de sua própria empresa (cargo que ele retoma muito tempo depois, na vida real, e salva a sua empresa da falência/mediocridade)
Piratas do vale do silício é de 1999 e tem a direção de Martyn Burke, foi feito para contar uma historia real desses gigantes e foi montado para a tv, apresentando um roteiro fraco, assim como a direção e fotografia. Pode ser encontrado no endereço http://emonome.vodpod.com/pod/show_video/49045-pirates-of-silicon-valley
ou para download http://www.mininova.org/tor/68186 (torrent) com legendas no http://up-file.com/download/67cac7307163/Pirates-of-Silicon-Valley.zip.html. Outro filme interessante do aspecto é Revotion OS, que fala sobre o Linus, http://vodpod.com/pod/show_video/49091
Ah, o verdadeiro vídeo do Macworld 1997 (aquele do fim do filme) pode ser visto aqui http://www.novebytes.com/2007/04/bill-gates-e-steve-jobs-na-macworld-1997.html. E Vale a pena.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Luiza
Luiza já havia cansado de se revirar em seus lençóis fazia mais de uma hora, já havia comido um pão coberto de chocolate com algumas doses de café e agora fumava um cigarro. Sabia que nenhum deles a ajudaria a dormir, mas não tinha mais certeza se ainda o queria. O tabaco queimava a meia vida e ela olhava cada incandescência como se arrancasse folhas de margarida, só que ao avesso, como se cada raio de luz que queimava a meio palmo de seu rosto lhe roubasse a certeza recém adquirida.
A pilha de cinzas comprovava a sua decisão ao transbordar o cinzeiro improvisado sobre um CD que dormia em sua perna nua. Apesar do frio, Luiza se deitara com uma camisola curta, a sua preferida, que acentuaria o contorno de seu belo corpo jovem se não fosse a única fonte de luz a ponta de seu cigarro. As pernas, que começavam a se cobrir de cinzas, já haviam ficado molhadas com a expectativa, assim como seus seios eriçados e as mão tremulas de ansiedade naquela noite. Havia se sentido mulher. Mas outra coisa ocupava sua mente agora. O telefonema.
Cerca de quatro horas e meia antes, ele ligara com duas notícias para contar. A primeira era que a situação entre ele e seus pais melhorara. Haviam brigado alguns dias antes quando toda a situação da crise familiar achara seu estopim no momento que o seus pais esqueceram o aniversário do neto. Ele, de voz suave, pausada e grave, tinha trinta anos e um filho de sete. A segunda notícia era de que ele havia pensado no relacionamento que tinha com ela, que jamais realmente ocorrera, e havia percebido porque era capaz de passar tantas horas no telefone juntos e em pessoa era reservado. No telefone, a idade de Luiza não fazia diferença.
Luiza tinha vinte e dois anos e conhecera-o numa festa cinco meses antes. Passaram a noite juntos, mas ele era comprometido. Ela sabia que ele gostava dela, passavam tardes juntos e horas no telefone. Ele conhecia seus filmes preferidos, livros de cabeceira. Sabia o que dizer na hora certa, como olhar do jeito certo, como sorrir do jeito certo. Mesmo comprometido era o par perfeito. Mas nunca foram um par. Pouco depois que ficou livre, ele lhe contou que mesmo gostando muito, jamais conseguiria vê-la como algo diferente de uma mulher de vinte e dois anos. Os mesmos vinte e dois anos que ela amaldiçoara a cada noite naquela mesma cama e com o mesmo cigarro na mão. Até aquela noite, aquele telefonema.
Por isso a mente tumultuada. Pela primeira vez tinha de fato uma chance, só que pela primeira vez em muito tempo, Luiza não sabia o que fazer. Ligara para ele, mas não fora capaz de dizer uma palavra. Ela, que passara horas a fio no telefone com ele, sabendo agora que era esse o caminho, ficara muda, apenas ouvindo os apelos do outro lado por um interlocutor. Os momentos de alegria que sucederam o telefonema de seu amado migraram para a lagoa do medo e pelas últimas horas a mantivera acordada, revirando-se na cama e perguntando o que fazer. E se o relacionamento só fosse por telefone, ela se tornaria uma pessoa que vive para esperar seus telefonemas.
Luiza sente frio. Limpa suas pernas nuas suja pela caricia das cinzas e procura conforto nas gramas finais de nicotina que lhe aquecem a alma ante a dura barreira do filtro que a protege e a separa da morte doce e desejada. Diz que vai parar de fumar e esse é o último cigarro, assim como tantos outros já foram. Talvez amanhã. Amanhã é outro dia.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Cinico
Sim, eu sou cínico
Eu quis mudar o mundo
E acabei mudando meus olhos
Eu quis ser o maior
E o mundo ficou muito grande
Eu quis tudo do jeito certo
E acabou por ser tudo do meu jeito
É, os dias eram melhores no meu tempo
Eu poderia correr e gritar e fazer acontecer
Hoje, todos gritam e correm
E fazem o que querem sem pensar
Já não há mais pessoas para conversar
Gastar uma boa noite numa garrafa de vinho
O tempo passa muito rápido
E o mundo continua igual, só que pior
Os filmes já não tem glamour
As músicas são comerciais de anarquia pop
Todos os livros são best seller em um mundo
Que o povo não lê
A guerra, a fome, a peste
São notícias de rodapé nos jornais
Na capa da Caras, uma bunda
E na TV, a banalidade do desrespeito
Onde estão os musicais?
Onde estão as roupas de gala
Que as pessoas usavam para sair juntas
Parecerem bonitas num mundo de sonhos
Será que todos os homens que criavam a ciência
Caíram
Onde estão as mesas de bar
Na qual tantos homens compuseram
Melodias, sonetos, política, economia
Criavam um novo mundo
O velho mundo
Eu sou cínico, porque eu já vi o mundo
Como deveria ser
E se já não me resta mais forças para lutar
Não culpe a mim, culpe a todos aqueles que
Nunca lutaram, vivem para gostar do que tem
Eu sou cínico, sim, mas se me calar
A voz que eu quis dar ao mundo
Me dará o silêncio final
domingo, 12 de agosto de 2007
Fim do Fotorkublog
Para começar a nova fase do Blog(tm), fica aqui uma das razões que não interessam.
Se um dia, no fim, eu me vir só
E o destino me cobrar de minha sina
Direi, erguido, da mulher-menina
E como tudo se deu em pó
Direi a verdade, sem dor nem dó
Que amei, no que alegra, fascina
Seja paz, distância, silêncio, rotina
Ao banho de espuma, ao paletó
E que palavra alguma me desacredite
Quando disser que amei com tudo
Sem um segundo crer vil ilusão
Mas, então, frente ao destino, desiludo
E se, em meu amor, o céu fora o limite
À minha vida, o que restara, fora o chão
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Hipermidia: A origem da internet
A maior rede de comunicação do planeta, a Internet, surge em 1969 através de um projeto de 10 anos do Departamento de Defesa do Estados Unidos (DOD), sob supervisão de Tim Bemers-lee e baseado nas teorias sobre rede galáxica, para criar uma rede de computadores que não pudesse ser destruída através de bombardeio e ligasse centros militares estratégicos e de tecnologia. Financiado pelo Advanced Research Projects Agency (Arpa), acabou levando o nome de ArpaNet. Ligava inicialmente quatro pontos, sendo eles a Rand (unidade anti-sovietica), a Ucla (Universidade da Califórnia), o Instituto de pesquisas de Stanford e a Universidade de Utah. A primeira mensagem enviada, no dia 21 de novembro, foi “Você está recebendo isso? ”.
Até a década de 80, a Internet era de uso exclusivo das universidades e centros de pesquisa, visto o maquinário e o know-how para operá-lo, mas com a popularização dos Personal Computers (PCs) e as novas interfaces, a internet passou a ser ofertada para uso domestico. Michael Okuda teoriza que as 3 primeiras ondas que levantaram a internet foram os usos bancários, os fãs de Star Trek e a pornografia.
Mas o maior Trunfo da internet na sua popularização foi o Mosaic, que permitia a internet, que até então trabalhava com linhas de comando FTP (file Transfer Protocol) para um sistema de http (Hiper-Text Transfer Protocol), permitindo a utilização de menus e recursos gráficos nas transmissões de dados. O Mosaic foi colocado a disposição do público em 93 e seis meses depois, o número de usuários caseiros já ultrapassava os acadêmicos.
A internet chega no Brasil em 88, a fim de permitir os doutorandos e doutorados de cursos no EUA a manterem o contanto que já tinhas pela “Infovia”. O Primeiro ponto de conexão foi na USP (Universidade de São Paulo). Em 91 a rede é aberta a instituições educativas e em 92, a toda a comunidade, mas apenas em 95 surge uma regulamentação de uso.
http://www.aisa.com.br/historia.html
http://www.numaboa.com/content/view/502/176/1/1/
http://www.rnp.br/noticias/2002/not-020607e.html
Matéria da Agencia Estado, recolhido ao longo dos anos
Ao Blog com carinho
1 - o blog foi criado por varias razões mas foi mantido porque se sabia que seria preciso para um cadeira na Unisc. Agora ele foi requisitado.
2 - isso que dizer que meus trabalhos de aula vão estar aqui. NÃO COPIEM
3 - os trabalhos vão estar sob a entrada de "Hipermidia:"
4 - isso não impede o funcionamento normal do blog, até segunda ordem.
5 - Reclamações só pelo site oficial d`Os Caras
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Bug's life
segunda-feira, 9 de julho de 2007
noite e fim - parte 1
Leandro corria como um atleta de “Le Parkour”, não por que ele quisesse se distanciar do que o estava perseguindo, mas porque ele sabia que não poderia ser pego naquele momento. O corredor longo e reto não apresentava muitos obstáculos, sendo estes na maioria sacos de lixos das lojas de peixes, que saltavam da parede fazendo o pouco largo corredor cada vez mais estreito, e varais de madeira, resquícios de construções inacabadas e um eventual gato passante. A Beco do Tempo era um desses buracos que existem em qualquer lugar entre prédios, com a diferença que todas as obras arquitetônicas haviam inúmeras vezes sido construídas e demolidas, todas as vezes umas sobre as outras, criando muralhas colossais que cercavam dois dos lados de todo o beco. O chão era uma espécie de compensado de areia, como se alguém cuidadosamente tivesse ladrilhado grão por grão. Leandro olhou pra trás. A figura ainda o estava seguindo.
- E ele nem corre – seu cérebro tentava se revoltar contra toda aquela situação ridícula – ele tem todo o tempo do mundo, eu só preciso cansar ou (pula barril de anchovas) tropeçar em algo.
- Ou eu preciso apenas soprar.
A figura se aproximava de forma lenta, mas contínua. Porém som nenhum saíra de sua boca. Era como se o universo se reorganizasse pra que o que quer que fosse dito já tivesse sido dito e a pessoa se lembrava da resposta apenas depois da pergunta. Um gato preto, malhado em cinza, cruzou o beco logo a frente do Leandro.
O Beco do Tempo também era famoso por duas outras razões. Ele não tinha um fim conhecido, porque ninguém voltava dele. Vivo, ao menos. Os que habitavam em seu interior se conformavam em sempre em irem numa única (curiosamente a mesma) direção ou viver num pequeno local, onde se conhecesse a vizinhança.
A outra é o fato de que sempre é noite no Beco. Mas também havia o dia, pequenos períodos quando a luz do sol era capaz de passar sobre as paredes e refletir uma vaga luminosidade para baixo. E havia o Dia, iluminado pela lua e de estrelas que já haviam morrido centenas de milhares de anos atrás, mas sua luz ainda vagava pelo universo.
E era sobre isso que Leandro pensava no momento. Dentro do beco, a luz das estrelas era morta e sem ela sua deusa protetora não seria capaz de intervir. Claro que toda a situação era culpa dela, mas essa também era sua razão de existir.
- Você já me cansou. Vamos acabar logo com isso – teria dito a figura – que eu tenho o que fazer.
Num movimento facial do vulto, que em muitas raças que tem cartilagem demais no rosto seria considerado um beijo, todos os músculos da perna do pseudo-atleta ficaram dormentes. Num ultimo esforço, Leandro ainda se puxa com os braços por entre os destroços antes de ser alcançado pelo vulto.
- você não pode fugir. Não tinha chances.
- eu ainda tenho um trunfo – retrucou, moribundo
- a regra é clara. Você me enganou 3 vezes, ainda que por covardia. Isso lhe dava o direito de escolher quando você poderia partir.
- eu ainda tenho um trunfo.
- mas você tinha que abdicar o seu direito em relação a ela, e o destino fez que vocês escolhessem morrer na segunda feira passada. Azar o se...
- EU AINDA TENHO UM TRUNFO. SERÁ QUE NÃO CONSEGUE OUVIR NADA DO QUE EU FALO.
A Morte ficou chocada por um instante. Era incomum alguém se gabar pra ela, ao menos não nesses momentos. Todos imploravam, negociavam, xingavam mas nunca se gabavam. Todavia o instante foi curto o suficiente para que ninguém notasse, e respondeu.
- Ela não virá.
- Virá sim – retrucou Leandro enquanto se apoiava contra a parede, ficando levemente sentado.
- a luz aqui é apenas memória que reside pelo caminho. Ela não pode ouvir seu apelo e você não pode chamar-la pelo seu nome. Além do mais, foi ela que te trouxe até aqui e o sacrificou, e essa foi sua Ironia.
- eu não preciso chamar pelo nome dela – um sorriso abriu de orelha a orelha em seu rosto – você trará ela aqui.
- E por que eu a chamaria depois de tudo?
- é porque, depois de tudo que fez pra me pegar em todos esses anos, eu escapar seria a Sua Ironia.
- Ela não ousaria, os deuses não tem direito em meu terreno. Eu sou parte da existência. Nenhum deus se arrisca a enfrentar a morte por um mortal biodegradável. – encerrou a morte, enquanto erguia uma ampulheta e desatarraxava a tampa, pronta a despejar a areia que cruzará o centro do vidro da dupla pirâmide invertida sobre Leandro.
- E essa,... essa é a minha ironia – disse um voz levemente amarga e igualmente doce que emergia de uma das muitas portas na parede. Os dois no corredor voltaram os olhos pra ela.
Errado, certamente a algo de errado hoje à noite, diria o ar se ele tivesse como dizer alguma coisa...
segunda-feira, 25 de junho de 2007
CredCard
Eu tava passeando pelo blogger quando entrei no blog de uma garota que tinha, por acaso, um texto curioso e bem escrito sobre os operadores de telemarketing e como ela atacava o problema. Não tenho mais o endereço dela (Era Melanie algumas coisa) mas eu fiz um texto para dar um ola para ela. Segue ele aqui na integra.
Sobre o sistema de telefonia.
Por outro lado, o sistema de telefonia sempre gera inúmeros casos curiosos. Deve ser algo sobre a organização dessas salas de telefonia, uma espécie de tete-a-tete onde curiosamente a pessoa na sua frente é um bando de 1s e 0s e fala dentro da sua cabeça. Imagina se o povo não iria ficar nervoso tendo que dizer “Obrigado por usar os serviços da Enrolex, e não se esqueça de pagar o carnê em dia!”. Quem sabe um dia desse um deles não pega em armas e mata seus colegas de trabalho, terminando por dar dois tiros na foto copiadora e um na Cpu que tanto o governou (curioso que nunca atiram no pessoal do RH). Daí os operadores dos Head-Fones possam ganhar o direito de uma vez por hora mandar o cliente/patrão para aquele lugar que o sol não nasce.
Digo isso, claro, de experiência própria. É incrível a capacidade desse pessoal de tele marketing e SAC de, respectivamente, sempre nos ligar e nunca ligar pra gente. O tele marketing do Credit Card tinha um incrível talento para me ligar, sempre saindo de casa, no banheiro ou, pior de todos, quando um dos cachorros finalmente conseguiu deitar em posição confortável sobre seu colo e você é obrigado a dar um chega pra lá nele. Cada mês me ligavam com uma promoção nova, sempre contendo o texto de um ano de anuidade grátis. Às vezes vinham acompanhados de sistema de milhagens, títulos de capitalização, sorteio de frigideiras. E, a despeito de minhas melhores tentativas, sempre me ligavam de novo. Então eu resolvi dar o troco.
Na primeira vez foi uma tal de Juliana. Eu sei disso porque o pessoal do Head-Fone sempre se apresenta polidamente antes de qualquer coisa. Deve ser a ultima categoria de pessoas no planeta a fazer isso. Mas educação a parte, eu resolvi dar trela.
- Martha, não adianta mentir. Eu sei que é você querendo saber aonde estou. Eu não deixar que você fique com nossos filhos. Eu Prefiro matá-los antes.
O mais incrível foi a resposta “Desculpe, senhor, mas é engano. Aqui é da American Express eu vim repassar a oferta do cartão de um ano de anuidade grátis”. Não ficou nem um pouco chocada. Ainda bem que eu não tinha filhos lá para matar, ou seria um dia bem esquisito.
Os outros métodos foram mais simples “Puxa, sabe quanto tempo ninguém fala comigo? ”, “What? Whatchadidyajussay?”, “Carlos? Carlos Sousa, filho do Manuel da vila Dalva? Mas é claro que é você, seu ....”.
Eu tentei, eu juro que tentei, mas quase todo dia eles ligavam de novo. O salvador veio do lado que eu menos esperava. O Spam. Parece que invadir o direito de privacidade, paz e o escambau de uma pessoa é mais barato pela internete (curiosamente, pesquisas feitas por um professor meu mostram que não é). O Spam matou o Tele Marketing. Deve ter sido uma luta e tanto.
E eu, finalmente achei que estava livre. Estava tão feliz que já não me ligavam mais que resolvi ligar de voltar e aceitar um cartão, com promoção e tudo. Era um cartão multi-task, podia pagar em crédito, debito, sacar dinheiro, palitar os dentes e abrir fechaduras como os espiões da TV (embora eu, de fato, nunca tenha conseguido fazer isso). E, acima de tudo, vinha com o “Basicão”, a famosa “um ano de anuidade grátis”. Secretamente eu esperava também descobrir por que era um ano de anuidade grátis e não uma anuidade grátis, mas isso, junto com o porque desse povo só usar o gerúndio, ainda permanece um mistério para mim.
Como o avatar de Ironia (Murphy) já dizia, se uma coisa pode dar errado, dará. No mês seguinte, veio a fatura da anuidade. Foi certamente o ano mais breve da minha vida. Resolvi ligar para o 0-800 e reclamar. “Foi um erro de sistema senhor, mês que vem já estará reparado. Você não precisa fazer nada.”. Tudo bem, por mim. Não fazer nada foi uma arte que levei anos para ficar mestre e sempre que posso, eu pratico. Mês seguinte veio a multa por falta de pagamento da anuidade.
Decidido a não ser ludibriado dessa vez, liguei novamente para o 0-800 a fim de cancelar meu cartão, ainda que tivesse que pagar a anuidade (que com a multa somava R$ 9,78). Fui atendido pelo sistema de fala automático que, eu tenho certeza que era de propósito, me fez gastar cerca de 15 minutos passeando pelos Aperte 3 se você quer..., em algum momento, e eu nem lembro de ter apertado nada, uma voz humana resolveu falar comigo. Eu disse que queria cancelar o cartão. Logo a voz humana não queria mais falar comigo. Fui para o Sac, para o sistema de contas, para a musiquinha tosca, para o departamento do RS, para o departamento de SP, para a musiquinha tosca de novo até para no setor de cancelamentos de cartão. Eu já estava tão de saco cheio que resolvi não mencionar a multa. Fui sucinto, direto e claro “Quero cancelar meu cartão!”. O outro lado me disse “Desculpa, não ouvi?”. “Quero cancelar meu cartão!” eu insisti, certo de que não seria dobrado dessa vez.
Certamente minha resilência provou que eu não iria ceder porque logo veio a fase dois. O questionário de satisfação. “Por que você quer cancelar o cartão”, “ele te fez mal”, “você tem o cartão a tanto tempo que ele já é da família”. Minha força de vontade já estava quase acabando quando veio o operador disse que ele ia passar informação confidencial para mim e que decidiria se eu cancelaria o cartão ou não. Ele disse que era de ultima importância que eu não contasse para ninguém. Ele disse que era um estimulo para eu manter o cartão e fazer as pazes com a vida. Eu louco de curiosidade perguntei o que era. E ele disse:
- Nós te daremos um ano de anuidade grátis.
sábado, 16 de junho de 2007
segunda-feira, 28 de maio de 2007
About me...
Estava eu outro dia visitando o profile do adm do CorpNews quando vi a frase na opção "Turn off" - Ohh God, how i hate the stupids! - e eu pensei - Não é só ele. - Pensando mais nessa frase, percebi que talvez eu estivesse errado.
Uma da poucas coisas que aprendi, ou passei a aceitar, estando na Universidade é que fazemos parte de uma coisa maior. Nào é referente a um propósito e nem a anulação da individualidade, apenas que existe, quer queiramos ou não, uma sociedade que nos molda dentro de uma certa escala, valendo-se de sua força contra as nossas fraquesas. Como bom solitário, sempre estive à margem da coerção, mas ela existe.
Pensando nisso, é certo afirmar que a inteligencia é genética, se nasce com ela pré-determinada, mas apenas dentre uma margem, algo que inclusive gira em torno de 30 pontos de QI senão mais. Além disso, a inteligencia existe de diversas formas (considerando isso numa perspectiva que separa a inteligencia de outras faculdades mentais, como o raciocinio e a percepção) que cada qual tem em niveis diferentes e, sobre tudo, que ela é como um músculo, tem que ser exercitado. Esse exercicio, que se dobra as circunstancia em que o individuo vive e necessita, fazem seu potencial de resposta. A inteligencia de um individuo é formada por um fator social, por sua genética e por seu interresse nela. Logo, eu odiar os idiotas e os burros era odiar o que eu fazia e o mundo que existe, e um pouco de preconceito.
Por outro lado, a falta de cultura, a ignorancia, não é um fator social ou de exercicios mentais ou ainda genético. A cultura de uma pessoa é um espelho do que a pessoa faz com o seu próprio tempo. Claro que existem casos em que se esta abaixo do minimo de descencia para viver e o tempo é um luxo, mas para a maioria das pessoas, o tempo é a unica coisa que corre igual em todas as classes, raças, credos e o escambau. mesmo num emprego de vendedor se pode aprender novas coisas, coisas sobre relacionamento humano, por exemplo. E usar o tempo para coisas fúteis, para a repetição do que se sabe, para não evoluir vai contra o que eu acredito. É isso que eu não gosto nas pessoas. Ignorancia.
É isso que eu odeio em mim, inclusive.
Pensando nessas palavras, eu achei que era uma boa forma de definir minha pessoa e, como quando se gosta de tudo, nada tem valor, eu decidi me descrever com elas.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Hoje o dia foi esquisito.
Já devia ter imaginado que seria assim quando acordei ouvindo fanfarras distantes com alto índice de reverberação e alguns anjos-ratos que circulavam como mariposas em direção à minha maquete de Tóquio devastada por Godzilla e me remetendo a quinze dozes de wisky que não me lembrava de ter tomado. Claro, isso por si só não teria sido tão estranho, mas ao me levantar da cama com dois pés esquerdos (e esbarrar numa garrafa de wisky que não deveria estar lá), escorreguei no próprio limo que brotava do chão sob meus pés. Brotava, aliás, mais exatamente do carpete que havia sido instalado semanas antes para combater os incêndios causados pela fênix de estimação do meu afilhado.
Já de pé, caminhei em direção à cozinha para meu desejum matinal a base de ovos cruz, farinha, azeite e duas fatias de bacon e fui obrigado a passar quatro vezes pela sala de estar, duas pelo corredor de serviço, uma viagem de elevador e saltar da sacada para o quarto ao lado.
Não era esquisito a casa mudar de formato, especialmente nos primeiros quinze minutos em que precisava para lembrar que não estava na minha casa, mas mesmo Woody, a barata empalhada de estimação do meu rato já começava a se coçar com toda aquelas flores que brotavam ao meu redor.
No percurso para o trabalho peguei pela primeira vez todos os sinais abertos, inclusive para o outro lado do cruzamento, criando o maior engarrafamento da historia da cidade. Cheguei quinze minutos atrasado no trabalho, quando a equipe do citytrans consegui terminar o trabalho de detonação espontânea compulsória dos carros e permitiu o livre acesso dos demais pela calçada. Aproveitei para passar pelo centro e adquirir um secador de cabelo e um binóculo de visão noturna.
Sentei em meu escritório e abri o jornal. As noticias faziam pouco sentido, como aquela do incidente do avião Legacy, que aprimorando as técnicas do kamikaze aéreo derrubou um 747 e consegui pousar depois, mas não fazia diferença pois eu tão pouco lia com atenção. Minha concentração estava no poste de luz, do outro lado da rua, que eu observava através da minha janela de três centímetros de vidro reforçado contra tiros de rifle. Alguns pombos disputavam a soberania dos fio de eletricidade com os joãos de barro numa ferrenha disputa de purrinha. Os pombos jogavam melhor, o que irritava muito o time da casa.
No almoço foi servido doce de piriroca, purê de carne, bolo de batata e pizza de gergelim. Não comi, pois um louco armado de duas sub-metralhadoras ingram entrou no restaurante e queimou o cuzinheiro. Colocaram o corpo do coitado sobre uma mesa e o velório foi feito no local, onde logo após o corpo foi servido (falaram que tinha gosto de carne de cachorro). Mas eu já tinha saído.
De volta ao trabalho, meu computador insistia em não ligar até que eu ligasse-o não tomada, onde ele continuou a insistir em não funcionar. O pessoal da assistência detectou a presença do vírus windows e uma enorme quantidade de apresuntado no hardware (cerca de quinze). Achei melhor não comentar que o computador tinha habito de tomar café, sempre com dois torrões.
No final do dia, segui para a casa de minha namorada, para cumprir com minhas obrigações antes de voltar para a minha mulher e aproveitar a noite. A Cássia estava vestido um corpete ao contrario sobre uma manta mexicana e me contou sobre o vazamento da pia do banheiro, que devido a sua inconstância de fluxo tinha sido adotada pela vida marinha da casa como pantanal. A verdade é que esse nome só era usado quando junto com a afluência do cano, a mãe da Cássia se depilava lá.
Em casa, consegui evitar o ataque do exército de carteiros que me espreitava na esquina e pulei o sistema anti-tanque instalado na soleira da porta, antes que ele pudesse falhar de novo. Assisti um pouco de estática na tv e tomei um banho de quinze minutos na panela de pressão. Coloquei meu pijama de oncinha e me deitei para escrever em meu diário.
Hoje o dia foi esquisito. Mas amanhã, quando for domingo, será pior.
terça-feira, 22 de maio de 2007
Para partir com Glória.
A história caminha à seu fim. E eu odeio ser o cara que faz a coisa certa.
Para partir com gloria
Esteja confidente, resoluto e bem disposto
Vista seu melhor terno e lustre seus sapatos
Chame velhos amigos, algumas amantes e outros contatos
Sem pressa e de cor, entre em cena e assuma seu posto
Faça seu último discurso, conciso e de bom gosto
Reviva alegrias, relembre momentos, ressalte retrato
Seja magistral do primeiro ao último ato
Nunca diga adeus, não chore, não vire o rosto
Agradeça a todos pela companhia e, como de costume, sorrir
Curvar-se levemente e acenar num único movimento
Sem olhar para trás, sair de cena antes do último aplauso
De peito erguido, olhar o palco pelo tempo de um momento
Ouvir o tema até o fim e de último auso
Fechar as cortinas, apagar a luz e então sair
terça-feira, 15 de maio de 2007
Postagem número um
Como comunicador meu charme sempre foi ser incomunicavel. Fui em meu tempo abrigado a tomar um e-mail e hoje, tendo outros dois, nunca foram por escolha. Criei um icq só no ultimo momento possivel, para poder jogar diablo em paz. Criei um msn, depois de todos os outros, porque eu queria uma garota que não falava comigo pelo Orkut, que só foi criado para achar uma garota. Fui, depois de uma ardua batalha contra os imortais ideais de minha familia, obrigado a tomar em meu nome um celular, objeto tão negro em meu silêncio. Agora hoje eu tombo por fim, ao aceitar aquilo que falei que nunca aceitaria. Mesmo com os pés fincados no chão.
Hoje eu começo um blog.
Nunca consegui manter um diário e a razão desse blog surge apenas de uma falta de espaço para postar um pequeno, porem importante texto. Quem sabe ele morre aqui, quem sabe não, mas todavia há de ser mais uma linha cruzada contra a distancia do mundo. Um passo que deixará marcar na areia da memória e carregará meus castelos em suas ondas.