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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Luiza

Sua mente estava tumultuada. Já fazia horas desde o último telefonema. Ou fazia? Devia fazer, visto que o telefonema fora curto, inusitadamente curto frente às famosas duas ou três horas de telefone, e havia acontecido logo após a novela das nove. Agora eram três e meia da manhã.
Luiza já havia cansado de se revirar em seus lençóis fazia mais de uma hora, já havia comido um pão coberto de chocolate com algumas doses de café e agora fumava um cigarro. Sabia que nenhum deles a ajudaria a dormir, mas não tinha mais certeza se ainda o queria. O tabaco queimava a meia vida e ela olhava cada incandescência como se arrancasse folhas de margarida, só que ao avesso, como se cada raio de luz que queimava a meio palmo de seu rosto lhe roubasse a certeza recém adquirida.
A pilha de cinzas comprovava a sua decisão ao transbordar o cinzeiro improvisado sobre um CD que dormia em sua perna nua. Apesar do frio, Luiza se deitara com uma camisola curta, a sua preferida, que acentuaria o contorno de seu belo corpo jovem se não fosse a única fonte de luz a ponta de seu cigarro. As pernas, que começavam a se cobrir de cinzas, já haviam ficado molhadas com a expectativa, assim como seus seios eriçados e as mão tremulas de ansiedade naquela noite. Havia se sentido mulher. Mas outra coisa ocupava sua mente agora. O telefonema.
Cerca de quatro horas e meia antes, ele ligara com duas notícias para contar. A primeira era que a situação entre ele e seus pais melhorara. Haviam brigado alguns dias antes quando toda a situação da crise familiar achara seu estopim no momento que o seus pais esqueceram o aniversário do neto. Ele, de voz suave, pausada e grave, tinha trinta anos e um filho de sete. A segunda notícia era de que ele havia pensado no relacionamento que tinha com ela, que jamais realmente ocorrera, e havia percebido porque era capaz de passar tantas horas no telefone juntos e em pessoa era reservado. No telefone, a idade de Luiza não fazia diferença.
Luiza tinha vinte e dois anos e conhecera-o numa festa cinco meses antes. Passaram a noite juntos, mas ele era comprometido. Ela sabia que ele gostava dela, passavam tardes juntos e horas no telefone. Ele conhecia seus filmes preferidos, livros de cabeceira. Sabia o que dizer na hora certa, como olhar do jeito certo, como sorrir do jeito certo. Mesmo comprometido era o par perfeito. Mas nunca foram um par. Pouco depois que ficou livre, ele lhe contou que mesmo gostando muito, jamais conseguiria vê-la como algo diferente de uma mulher de vinte e dois anos. Os mesmos vinte e dois anos que ela amaldiçoara a cada noite naquela mesma cama e com o mesmo cigarro na mão. Até aquela noite, aquele telefonema.
Por isso a mente tumultuada. Pela primeira vez tinha de fato uma chance, só que pela primeira vez em muito tempo, Luiza não sabia o que fazer. Ligara para ele, mas não fora capaz de dizer uma palavra. Ela, que passara horas a fio no telefone com ele, sabendo agora que era esse o caminho, ficara muda, apenas ouvindo os apelos do outro lado por um interlocutor. Os momentos de alegria que sucederam o telefonema de seu amado migraram para a lagoa do medo e pelas últimas horas a mantivera acordada, revirando-se na cama e perguntando o que fazer. E se o relacionamento só fosse por telefone, ela se tornaria uma pessoa que vive para esperar seus telefonemas.
Luiza sente frio. Limpa suas pernas nuas suja pela caricia das cinzas e procura conforto nas gramas finais de nicotina que lhe aquecem a alma ante a dura barreira do filtro que a protege e a separa da morte doce e desejada. Diz que vai parar de fumar e esse é o último cigarro, assim como tantos outros já foram. Talvez amanhã. Amanhã é outro dia.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Cinico

Poema da semana, atrasado como sempre. ruim como nunca.

Sim, eu sou cínico
Eu quis mudar o mundo
E acabei mudando meus olhos
Eu quis ser o maior
E o mundo ficou muito grande
Eu quis tudo do jeito certo
E acabou por ser tudo do meu jeito
É, os dias eram melhores no meu tempo
Eu poderia correr e gritar e fazer acontecer
Hoje, todos gritam e correm
E fazem o que querem sem pensar
Já não há mais pessoas para conversar
Gastar uma boa noite numa garrafa de vinho
O tempo passa muito rápido
E o mundo continua igual, só que pior
Os filmes já não tem glamour
As músicas são comerciais de anarquia pop
Todos os livros são best seller em um mundo
Que o povo não lê
A guerra, a fome, a peste
São notícias de rodapé nos jornais
Na capa da Caras, uma bunda
E na TV, a banalidade do desrespeito

Onde estão os musicais?
Onde estão as roupas de gala
Que as pessoas usavam para sair juntas
Parecerem bonitas num mundo de sonhos
Será que todos os homens que criavam a ciência
Caíram
Onde estão as mesas de bar
Na qual tantos homens compuseram
Melodias, sonetos, política, economia
Criavam um novo mundo
O velho mundo

Eu sou cínico, porque eu já vi o mundo
Como deveria ser
E se já não me resta mais forças para lutar
Não culpe a mim, culpe a todos aqueles que
Nunca lutaram, vivem para gostar do que tem
Eu sou cínico, sim, mas se me calar
A voz que eu quis dar ao mundo
Me dará o silêncio final

domingo, 12 de agosto de 2007

Fim do Fotorkublog

Termina o legado do Fotorkublog. Depois de poucos meses no ar (e certamente mais que o previsto), a constatação de que ninguem o lia ficou claro. Logo, o blog foi transfirido para cá, onde pelo menos duas pessoas lêem. Outras razãos existem, mas elas não interessam. Os Updates continuam semanais, mas em datas aleatórias. Poemas para todos os gostos.

Para começar a nova fase do Blog(tm), fica aqui uma das razões que não interessam.

Se um dia, no fim, eu me vir só
E o destino me cobrar de minha sina
Direi, erguido, da mulher-menina
E como tudo se deu em pó

Direi a verdade, sem dor nem dó
Que amei, no que alegra, fascina
Seja paz, distância, silêncio, rotina
Ao banho de espuma, ao paletó

E que palavra alguma me desacredite
Quando disser que amei com tudo
Sem um segundo crer vil ilusão

Mas, então, frente ao destino, desiludo
E se, em meu amor, o céu fora o limite
À minha vida, o que restara, fora o chão

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Hipermidia: A origem da internet

A origem da internet

A maior rede de comunicação do planeta, a Internet, surge em 1969 através de um projeto de 10 anos do Departamento de Defesa do Estados Unidos (DOD), sob supervisão de Tim Bemers-lee e baseado nas teorias sobre rede galáxica, para criar uma rede de computadores que não pudesse ser destruída através de bombardeio e ligasse centros militares estratégicos e de tecnologia. Financiado pelo Advanced Research Projects Agency (Arpa), acabou levando o nome de ArpaNet. Ligava inicialmente quatro pontos, sendo eles a Rand (unidade anti-sovietica), a Ucla (Universidade da Califórnia), o Instituto de pesquisas de Stanford e a Universidade de Utah. A primeira mensagem enviada, no dia 21 de novembro, foi “Você está recebendo isso? ”.
Até a década de 80, a Internet era de uso exclusivo das universidades e centros de pesquisa, visto o maquinário e o know-how para operá-lo, mas com a popularização dos Personal Computers (PCs) e as novas interfaces, a internet passou a ser ofertada para uso domestico. Michael Okuda teoriza que as 3 primeiras ondas que levantaram a internet foram os usos bancários, os fãs de Star Trek e a pornografia.
Mas o maior Trunfo da internet na sua popularização foi o Mosaic, que permitia a internet, que até então trabalhava com linhas de comando FTP (file Transfer Protocol) para um sistema de http (Hiper-Text Transfer Protocol), permitindo a utilização de menus e recursos gráficos nas transmissões de dados. O Mosaic foi colocado a disposição do público em 93 e seis meses depois, o número de usuários caseiros já ultrapassava os acadêmicos.
A internet chega no Brasil em 88, a fim de permitir os doutorandos e doutorados de cursos no EUA a manterem o contanto que já tinhas pela “Infovia”. O Primeiro ponto de conexão foi na USP (Universidade de São Paulo). Em 91 a rede é aberta a instituições educativas e em 92, a toda a comunidade, mas apenas em 95 surge uma regulamentação de uso.

http://www.aisa.com.br/historia.html
http://www.numaboa.com/content/view/502/176/1/1/
http://www.rnp.br/noticias/2002/not-020607e.html
Matéria da Agencia Estado, recolhido ao longo dos anos

Ao Blog com carinho

Postagens interrompidas... 5 mensagens finais e temporarias

1 - o blog foi criado por varias razões mas foi mantido porque se sabia que seria preciso para um cadeira na Unisc. Agora ele foi requisitado.

2 - isso que dizer que meus trabalhos de aula vão estar aqui. NÃO COPIEM

3 - os trabalhos vão estar sob a entrada de "Hipermidia:"

4 - isso não impede o funcionamento normal do blog, até segunda ordem.

5 - Reclamações só pelo site oficial d`Os Caras