Poema da semana, atrasado como sempre. ruim como nunca.
Sim, eu sou cínico
Eu quis mudar o mundo
E acabei mudando meus olhos
Eu quis ser o maior
E o mundo ficou muito grande
Eu quis tudo do jeito certo
E acabou por ser tudo do meu jeito
É, os dias eram melhores no meu tempo
Eu poderia correr e gritar e fazer acontecer
Hoje, todos gritam e correm
E fazem o que querem sem pensar
Já não há mais pessoas para conversar
Gastar uma boa noite numa garrafa de vinho
O tempo passa muito rápido
E o mundo continua igual, só que pior
Os filmes já não tem glamour
As músicas são comerciais de anarquia pop
Todos os livros são best seller em um mundo
Que o povo não lê
A guerra, a fome, a peste
São notícias de rodapé nos jornais
Na capa da Caras, uma bunda
E na TV, a banalidade do desrespeito
Onde estão os musicais?
Onde estão as roupas de gala
Que as pessoas usavam para sair juntas
Parecerem bonitas num mundo de sonhos
Será que todos os homens que criavam a ciência
Caíram
Onde estão as mesas de bar
Na qual tantos homens compuseram
Melodias, sonetos, política, economia
Criavam um novo mundo
O velho mundo
Eu sou cínico, porque eu já vi o mundo
Como deveria ser
E se já não me resta mais forças para lutar
Não culpe a mim, culpe a todos aqueles que
Nunca lutaram, vivem para gostar do que tem
Eu sou cínico, sim, mas se me calar
A voz que eu quis dar ao mundo
Me dará o silêncio final
terça-feira, 28 de agosto de 2007
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