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segunda-feira, 25 de junho de 2007

CredCard

Eu tava passeando pelo blogger quando entrei no blog de uma garota que tinha, por acaso, um texto curioso e bem escrito sobre os operadores de telemarketing e como ela atacava o problema. Não tenho mais o endereço dela (Era Melanie algumas coisa) mas eu fiz um texto para dar um ola para ela. Segue ele aqui na integra.

Sobre o sistema de telefonia.

Por outro lado, o sistema de telefonia sempre gera inúmeros casos curiosos. Deve ser algo sobre a organização dessas salas de telefonia, uma espécie de tete-a-tete onde curiosamente a pessoa na sua frente é um bando de 1s e 0s e fala dentro da sua cabeça. Imagina se o povo não iria ficar nervoso tendo que dizer “Obrigado por usar os serviços da Enrolex, e não se esqueça de pagar o carnê em dia!”. Quem sabe um dia desse um deles não pega em armas e mata seus colegas de trabalho, terminando por dar dois tiros na foto copiadora e um na Cpu que tanto o governou (curioso que nunca atiram no pessoal do RH). Daí os operadores dos Head-Fones possam ganhar o direito de uma vez por hora mandar o cliente/patrão para aquele lugar que o sol não nasce.
Digo isso, claro, de experiência própria. É incrível a capacidade desse pessoal de tele marketing e SAC de, respectivamente, sempre nos ligar e nunca ligar pra gente. O tele marketing do Credit Card tinha um incrível talento para me ligar, sempre saindo de casa, no banheiro ou, pior de todos, quando um dos cachorros finalmente conseguiu deitar em posição confortável sobre seu colo e você é obrigado a dar um chega pra lá nele. Cada mês me ligavam com uma promoção nova, sempre contendo o texto de um ano de anuidade grátis. Às vezes vinham acompanhados de sistema de milhagens, títulos de capitalização, sorteio de frigideiras. E, a despeito de minhas melhores tentativas, sempre me ligavam de novo. Então eu resolvi dar o troco.
Na primeira vez foi uma tal de Juliana. Eu sei disso porque o pessoal do Head-Fone sempre se apresenta polidamente antes de qualquer coisa. Deve ser a ultima categoria de pessoas no planeta a fazer isso. Mas educação a parte, eu resolvi dar trela.
- Martha, não adianta mentir. Eu sei que é você querendo saber aonde estou. Eu não deixar que você fique com nossos filhos. Eu Prefiro matá-los antes.
O mais incrível foi a resposta “Desculpe, senhor, mas é engano. Aqui é da American Express eu vim repassar a oferta do cartão de um ano de anuidade grátis”. Não ficou nem um pouco chocada. Ainda bem que eu não tinha filhos lá para matar, ou seria um dia bem esquisito.
Os outros métodos foram mais simples “Puxa, sabe quanto tempo ninguém fala comigo? ”, “What? Whatchadidyajussay?”, “Carlos? Carlos Sousa, filho do Manuel da vila Dalva? Mas é claro que é você, seu ....”.
Eu tentei, eu juro que tentei, mas quase todo dia eles ligavam de novo. O salvador veio do lado que eu menos esperava. O Spam. Parece que invadir o direito de privacidade, paz e o escambau de uma pessoa é mais barato pela internete (curiosamente, pesquisas feitas por um professor meu mostram que não é). O Spam matou o Tele Marketing. Deve ter sido uma luta e tanto.
E eu, finalmente achei que estava livre. Estava tão feliz que já não me ligavam mais que resolvi ligar de voltar e aceitar um cartão, com promoção e tudo. Era um cartão multi-task, podia pagar em crédito, debito, sacar dinheiro, palitar os dentes e abrir fechaduras como os espiões da TV (embora eu, de fato, nunca tenha conseguido fazer isso). E, acima de tudo, vinha com o “Basicão”, a famosa “um ano de anuidade grátis”. Secretamente eu esperava também descobrir por que era um ano de anuidade grátis e não uma anuidade grátis, mas isso, junto com o porque desse povo só usar o gerúndio, ainda permanece um mistério para mim.
Como o avatar de Ironia (Murphy) já dizia, se uma coisa pode dar errado, dará. No mês seguinte, veio a fatura da anuidade. Foi certamente o ano mais breve da minha vida. Resolvi ligar para o 0-800 e reclamar. “Foi um erro de sistema senhor, mês que vem já estará reparado. Você não precisa fazer nada.”. Tudo bem, por mim. Não fazer nada foi uma arte que levei anos para ficar mestre e sempre que posso, eu pratico. Mês seguinte veio a multa por falta de pagamento da anuidade.
Decidido a não ser ludibriado dessa vez, liguei novamente para o 0-800 a fim de cancelar meu cartão, ainda que tivesse que pagar a anuidade (que com a multa somava R$ 9,78). Fui atendido pelo sistema de fala automático que, eu tenho certeza que era de propósito, me fez gastar cerca de 15 minutos passeando pelos Aperte 3 se você quer..., em algum momento, e eu nem lembro de ter apertado nada, uma voz humana resolveu falar comigo. Eu disse que queria cancelar o cartão. Logo a voz humana não queria mais falar comigo. Fui para o Sac, para o sistema de contas, para a musiquinha tosca, para o departamento do RS, para o departamento de SP, para a musiquinha tosca de novo até para no setor de cancelamentos de cartão. Eu já estava tão de saco cheio que resolvi não mencionar a multa. Fui sucinto, direto e claro “Quero cancelar meu cartão!”. O outro lado me disse “Desculpa, não ouvi?”. “Quero cancelar meu cartão!” eu insisti, certo de que não seria dobrado dessa vez.
Certamente minha resilência provou que eu não iria ceder porque logo veio a fase dois. O questionário de satisfação. “Por que você quer cancelar o cartão”, “ele te fez mal”, “você tem o cartão a tanto tempo que ele já é da família”. Minha força de vontade já estava quase acabando quando veio o operador disse que ele ia passar informação confidencial para mim e que decidiria se eu cancelaria o cartão ou não. Ele disse que era de ultima importância que eu não contasse para ninguém. Ele disse que era um estimulo para eu manter o cartão e fazer as pazes com a vida. Eu louco de curiosidade perguntei o que era. E ele disse:
- Nós te daremos um ano de anuidade grátis.

sábado, 16 de junho de 2007

still alive

só confirmando, enquanto testo a teoria do que o que não nos mata nos deixa mais torpe